quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Um pouco (bem pouco) sobre grafite

               Jamais imaginei que me divertiria fazendo vestibular. Mas foi isso o que me aconteceu na segunda fase da Unesp 2011 (que eu espero muito ter passado). O tema da redação era “Grafite: entre o vandalismo e a arte”! Eu quase me levantei pra fazer uma “dancinha comemorativa” hahahaha, ultimamente tenho me interessado muito por grafite. Conheci um grafiteiro, artista plástico e tatuador aqui da minha cidade, gostei muito do trabalho dele e me ofereci para dar uma ajuda, fazendo assessoria de imprensa (pretendo postar o que escrevi sobre ele aqui, garanto que vão gostar do trabalho dele). Desde então tenho pesquisado sobre o assunto e gostei da minha redação. Ela não ficou exatamente assim, eu usei outros exemplos e citei outras coisas que acabei fazendo outro texto com elas, acabei de conhecer o Carlos Adão então resolvi modificar um pouco, minha memória não é muito boa e tenho a leve sensação de que estou me esquecendo de algo que eu escrevi e depois que a li mil vezes acho que falta conclusão, mais argumentos e um monte de coisas pra que ela se torne de fato uma dissertação... mas enfim, eu gostei e a idéia que está aqui é a mesma que eu coloquei lá (lembrando que o texto é pequeno porque no vestibular temos 45 minutos para escrever uma redação entre 20 e 30 linhas sobre um tema que foi discutido durante a prova toda e sua cabeça nao para e suas mãos suam e suas pernas tremem e o clima é de nervosismo e a pessoa da sua frente está comendo um salgadinho que cheira a chulé, ou seja, tenso) (:
                É arte, não vandalismo.
                Desde a década de 70 o grafite tem ganhado cada vez mais espaço no mundo das artes, sendo muito bem recebido não só nas ruas, mas em galerias de arte, museus, acervos e exposições. Por ter se originado nas ruas, é frequentemente confundido com o vandalismo e visto com certo preconceito por uma parcela da sociedade, porém, é inaceitável que haja exposições de vandalismo por aí, então desconsideremos esta visão preconceituosa.
                Praticado por pessoas pertencentes a diferentes classes sociais, o grafite tornou-se uma forte manifestação urbana, carregando consigo não apenas a lembrança dos menos favorecidos, mas também opiniões políticas, manifestos e uma grande responsabilidade social, assim como fizeram outros movimentos artísticos.
                Mundano, por exemplo, artista plástico e grafiteiro da cidade de São Paulo, realiza vários projetos muito interessantes e ganhou fama pelos seus trabalhos. Um deles foi o que fez com os carroceiros/catadores de sucata da capital paulista... Ele pintou e reformou mais de 100 carroças que circulam pelas ruas e avenidas da cidade diariamente com frases como “eu reciclo” e “meu trabalho é honesto”, convidando as pessoas que os vissem a refletir sobre a sua importância.
Carlos Adão, candidato nas eleições de 2010 e sem dinheiro para investir em sua propaganda, encontrou uma alternativa que parece estar dando retorno: próximo as eleições, ele viaja por vários estados do país e pinta seu nome nas ruas, avenidas, pedras e onde achar conveniente. Tornou-se um ídolo para os grafiteiros e pichadores. Em um vídeo na internet ele diz “eu não posso me considerar pichador, apenas uso a técnica de pichação, é uma questão de alternativa financeira, escassez de recursos... Eu sou candidato a Deputado Federal, uns gastam 5, 6, 4 milhões de reais na campanha, eu barateei a minha campanha, fica a custo mínimo.” E ainda questiona “Como é que ele (o candidato) vai repor esse dinheiro se ele gastou 4, 5 milhões? Quem paga essa conta?... Tirando dinheiro da saúde, da educação... Eu trabalhei a minha campanha, estou na rua pedindo votos.”
É importante saber diferenciar: grafite é arte em qualquer lugar e o grafiteiro que utiliza espaços não destinados a este fim para se expressar é quem comete um ato de vandalismo, o que é muitas vezes proposital, um protesto, não devendo assim ser considerado um vândalo, mas sim um cidadão que exerce o seu direito de liberdade de expressão.
               
Links:
Uma das entrevistas para a MTV (sobre os carroceiros, trabalho citado no texto): http://mtv.uol.com.br/noticiasmtv/entrevistas/noticias-mtv-291010-entrevistando-com-o-artista-plastico-mundano

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